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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Amada Solitude

Imaginária solitude!
Venhas me acolher...
Abraça-me com teu fulgor
E abrasa esta minh'alma fugidia...
Dá-me o ardor de teus braços
E os afagos para teus cabelos...

Ó, amada Solitude...
Por que andas tão distante?
Esqueste do amor que me trazias?
Dos sonhos que me fizeste deleitar,
E o prato que enxugaste d'alma minha,
Que por tanto amar, me fiz tão teu...

Quão distante estás, doce Solitude,
Que estes olhos, tão teus, inebriados
Do cansaço dos dias que passam,
Não podem ao menos tocar os teus,
Tão meus quanto pudeste tê-los feito
Na moldura d'alma tua, tão devotos a ti?

Por onde vagureias, doce Solitude,
Cujos lábios não me podem dedicar
Rimas ou versos, canções ou calor?
Por onde passas que não vejo, Solitude,
O amor que tanto me elevou, vivificando-me
À tertura que só tu ousaste mostrar-me ter?

sexta-feira, 10 de março de 2017

Sobre ser... Sobre o Tempo...

Em tudo que passamos, não há como não se tirar algum aprendizado. As circunstâncias da vida, ainda que muito difíceis de serem sobrepujadas, têm a capacidade primordial de nos tornar melhores, de nos beneficiar com a possibilidade de crescer, evoluir... Às vezes, ainda assim, aparentando não termos saído do lugar...

É de se impressionar com o tempo - que passa! e como passa! - e que não se importa com nada: o tempo é o que é, não despreza sua natureza, nem à dos demais... Ele, simplesmente, é o Tempo. E, para sê-lo, precisa estar inteiro em suas características, ações, motivações, consequências... Sim, ei-lo, o Tempo...


É engraçado parecer não perceber como passam os dias, como passam os momentos e seus instantes, como nós somos momentos, instantes, passantes! Somos passageiros num mesmo vagão da vida, dependentes do tempo e independentes de tudo, sendo o que devemos ser, ainda que, na maior parte do Tempo, não o sejamos... 


É interessante como o Tempo - fugidio - é tão presente... e mais presente que nós a nós mesmos, aos próximos e aos demais também. É de se interessar perceber como perdemos um tempo que é desertor e que, acima de nossas escolhas, é a si mesmo e sua totalidade. É, nem sempre foi assim, mas passou a ser, independentemente do que somos, de sermos ou não sermos, ocupando algum espaço - de tempo - até que nos esvaiamos... Restando, unicamente, lembranças do que FOMOS... E, neste lapso, sinto como é pesada a expressão de sermos, de fato... De, simplesmente, sermos o que somos...

E as circunstâncias da vida nos levam ao inimaginável - mesmo quando gastamos horas ou dias em planejamentos, devaneios, sonhos -, pois são capazes de fazerem reais as adversidades, os encontros desencontrados, as surpresas nem sempre tão boas - boas ou distantes de nossas expectativas...? - e os descuidos maravilhosos proporcionados por momentos únicos, substancialmente verdadeiros como o puro Tempo...

A simplicidade de sermos rasos nos permite a graça de vivermos verdadeiramente... Aprendemos com sua linearidade, que já aponta para o horizonte da vida, despreocupado com o tempo, tal qual ele [o tempo] é conosco, sendo, simplesmente, o que é!... Parece que tudo se auguria, tudo passa a ter a mesma essência, pertencer à mesma natureza por sermos rasos.

Ainda me perco nos pensamentos, mas algo me leva para o mais distante: se vivêssemos como o que não se pode determinar e tivéssemos a mesma essência do tempo, o que seria de nós?

Que não sejamos íngremes, mas que busquemos ser rasos... Para que esta ágora angelical não seja apenas imaginária, constante devir do anseio, mas tão real quanto o Tempo...

10/03/2017

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

À Inspiração

As palavras ecoam como noutr'ora. 
Nebulosas, ampliaram sua densidade, ainda que permaneçam como são.
A impermeabilidade solidificou-se - por fora -, trazendo tranquilidade temporária, até que cada gota sanguínea venha a recuperar-se... e, desfalecida - por dentro -, tornou-se ainda mais transparente.

As palavras acalmam-se em ternura...
Repletas de um brilho opaco, ofuscam toda treva pseudo-racional, e atemorizam seus interlocutores...
Trazem paz ao passo que dilaceram toda promiscuidade, toda sujeira subversiva, a todo aquele que tenta silenciar a alma que canta, alma errante, mas "tentante"! 

Ah.. por onde andas, às quantas, doce inspiração? Por que não me retomas pelas mãos e me inebria com tua altivez? Venhas trazer-me à tona toda eloquência que passara por tempos longínquos e que há tanto mais tenho visto... Por onde andas, amiga poesia? Por que abandonaste o abandono d'alma minha?

Ah... ei-las, as palavras! Quantas são, ainda que repetidas, nunca repetitivas, enquanto únicas figurantes dessa doce fantasia, incutidas em tão limitado ser insignificado...
Doces palavras... Elas, que atenuam a dor do pranto, e que sofrem no silêncio do olhar por tanto quererem se expressar quando, deveras, não podem...

Wesley Mendes - 16/12/2016 às 13:47h

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Tenras Reflexões

Feito um andarilho desconhecido, vagueando pelo pântano tenebroso de outrora, fugidio de pensamentos constantemente inebriados, ei-lo, em si mesmo, antagônico do que fôra, análogo às possibilidades do devir...

Fúnebre observador do caos, excretor de tudo que concebe inválido - ainda que creia ser a validade algo em si mesmo, possuir seu próprio tempo -, impertinente... intermitente... fluido, frívolo, algoz de si, destemido, desconhecedor da realidade imanente do temor por ser vitimado, segue, como sempre, a absorver tudo, em todo lugar, deglutindo e expurgando, apreendendo e aprendendo, silenciando e esmorecendo... 

Deleita-se no mais ávido mar de sofreguidão, de angústia, pelo embuste que soterrou todos ao seu redor. Vagueia, feito árvore a drenar, simplesmente, a seiva da terra, o que lhe é vital e necessário ao cronômetro reverso que não cessa -  mas que cessará -, feito ave à procura do verão ante o inverno, afim de que não se esvaia definitivamente o que anseia...

E seus anseios, onde estão? Aonde vai sem as querelas? Não vai... Pensa poder ir ou chegar em lugar qualquer... ou a algum lugar. Quiçá compreenda que o lugar não existe, senão, por força de sua existência e, ainda assim, seus pensamentos confundir-se-ão por desentender o quão confusa é a existência, o que realmente seria existir... (?)

Feito um andarilho desconhecido, segue, pois inexiste ante o tempo em que não vem à tona e, mesmo sabendo existir [em si mesmo], sabe que inexiste aos que não lhes foram revelados...

O que, de fato, é existir? O que, de fato, transcende o devir? O que é, de fato, o ser? Até que ponto isso possui valor ou que valor possui o seu valor? 

Aonde vai? Onde está?

Wesley Mendes - 17/11/2016 

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Da Misericórdia


Tanto no Oriente quanto no Ocidente, existem vários caminhos que levam ao conhecimento confrontante de si mesmo com a verdade. Quanto mais o homem conhece a realidade e o mundo, tanto mais passa a conhecer-se a si mesmo, reconhecendo os sentidos e percebendo que é passível de conhecimento posto que entende ser parte integrante do todo, ainda que seja uma unidade discreta, única.
Em Delfos, a escritura “Conhece-te a ti mesmo [e conhecerás o segredo dos deuses e do cosmo]” é a premissa fundamental para quem almeja compreender o sentido da própria existência: no primeiro momento, percebe-se em quanto SER e, em seguida, reconhece-se enquanto ser HUMANO, dotado de características pertinentes desenvolvidas e outras inatas.
Reconhecendo essas características, percebemo-nos reféns de questionamentos que vêm à tona à medida que alcançamos à plenitude de nosso desenvolvimento, já no próprio caminho percorrido. Tentamos entender “quem somos?” ou “para que viemos?”, “O que virá após mim?”, “Por que o mal existe?” ou... “Onde está Deus?”, “Será que Ele existe?”. A Bíblia é um caminho capaz de responder a todas elas, posto que, além de ser um analecto de textos históricos, doutrinários, contém o maior acervo sobre o auto-conhecimento e o conhecimento responsável de Deus.
É preciso compreender-se enquanto ser infinitamente limitado e ilimitadamente curioso. É preciso contemplar o divino a partir do que se é possível compreender em nossas limitações. Perceber que nossos limites não são simplesmente imposições naturais, mas verdadeira oportunidade de contemplação do que é eternamente iminente e absoluto, extraordinário e inefável, passível de ser admirado por sua totalidade em existir, mesmo que não tenhamos a pura competência para fazê-lo de maneira digna.
É pela dignidade que não possuímos, que entendemos o que aqueles que reconhecem a Revelação [divina] e a certeza de um ser Único e inquestionavelmente superior é a essencialidade para que concorrem todas as coisas. Apesar de ser um pensamento Aristotélico, aperfeiçoado por São Tomás de Aquino e reforçado pelo Papa João Paulo II, a sabedoria dos escritos bíblicos nos revela todas essas informações, explicando implicitamente a origem natural de tantos questionamentos, dessa interminável busca por respostas de perguntas diversas e intermináveis.
Santo Ambrósio foi capaz de resumir o que precede, intercede e sucede esses aforismas da vida reflexiva numa resposta objetiva, simples e perfeita sobre o que buscava Agostinho, antes de sua conversão:  “A verdade não está num livro; a verdade é uma pessoa: Jesus”. O surgimento de um pensamento absoluto e concretamente definitivo, permite-nos alcançar uma compreensão irrisória, por ser absoluta e controversa, mas que é pertinente; absurda, em primeiro contato, mas verdadeiramente pura e conclusiva, ao cerne do ápice de entendimento. Jesus, diferentemente de TODOS os homens, de maneira única e perspicaz, contrária ao comportamento comum de toda a humanidade, fez com que a verdade passasse a ter um sentido para além do denotativo e alcançasse, deveras, cunho próprio, vivífico, carnal, comportamental, divinamente humano, real e perceptível por todos os sentidos corpóreos.
É com a certeza de um exemplo, dos tanto deixados pelo verdadeiro primogênito de Deus-Pai, que se alcança a compreensão de existência de humanidade, mesmo advinda daquele que era, que é e que sempre será, feita pelo Mestre dos mestres, capaz de contradizer qualquer teoria ou preceito puramente científico. Ele, Senhor dos senhores, Rei dos reis, Alfa e Ômega, a maior inteligência que já existiu, trouxe à Terra toda a possibilidade de compreensão comportamental humana, desde pequenos princípios éticos até às mais sublimes demonstrações de amor incondicional, todas sendo possíveis e almejáveis pela natureza que é única dotada de razão: a humana. Foi capaz de mostrar que Sua união hipostática não seria capaz de sublimar o que há de mais divino no humano: incutiu a verdadeira experiência de misericórdia aos sentidos humanos, que são os únicos capazes de contemplar tamanha beleza. Fez-se, portanto, em nós, verdadeiro sentido naquilo que pareceu absurdo aos de Sua época, e que nos trouxe um verdadeiro marco histórico: um homem de Nazaré, filho adotivo de um carpinteiro [castíssimo e dotado de inúmeras virtudes] e de uma jovem moça [repleta da graça de Deus], mostrou como somos semelhantes e o quão amorosos podemos ser quando tomamos por natural alguns atos de humanidade, fraternidade, respeito e valor ao próximo, mesmo que de crenças distintas ou de valores diversos culturalmente.
Sem a menor intensão de vanglória, o Filho Unigênito de Deus, deixou de lado sua natureza divina e demonstrou com veemência o que é o poderio de um Rei com a simplicidade de filho de carpinteiro, capaz de tocar qualquer que seja o coração e causar transtorno e inquietação aos líderes, chefes, doutos, exegetas, intelectuais de todos os lugares, por, simplesmente, ser divinamente humano. É nesse interim que podemos ter a certeza de que não há como não se admirar por haver um Ser que possui tudo em extrema potência, capaz de ser a própria essência da humildade, verdade, benevolência, ética, moral, entre tantos adjetivos maravilhosos, tudo isso por ter sido transbordante em Amor. E, fazendo-o, deu-nos a graça de poder perceber que se fez Amor e, sendo o próprio Amor, incutiu-nos a saudade dessa verdadeira riqueza, divinamente incomensurável e tão perto de nós; verdadeiramente amor, perfeitamente inefável.
Havendo pouco mais que simples gestos, algumas parábolas demasiadamente profundas e uma multidão de seguidores, uns apaixonados e, outros, meros perseguidores, Jesus trouxe a verdadeira arte retórica, a pura essência humana, a simples construção do complexo de Amar e, num sutil e, muitas vezes, incompreendido aforismo régio, definiu abertamente a chave da misericórdia [alcance pleno de Deus] e, portanto, da felicidade Eterna: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Que haja amor e, contudo, o que vier, nos seja dado por acréscimo.

terça-feira, 15 de março de 2016

O ponto inicial...

...Que se parte de onde, senão, do princípio; e o que, de fato, é princípio? A incipiência é um princípio? E o princípio seria, deveras, um princípio? E o início? Começar, talvez, seja o início de um princípio ou, ainda, o princípio do início.
Em tempos de rotinas e de zumbis sociais, o ponto de partida é um princípio - ou uma ausência de princípios: partimos de inícios sem estrutura, sem qualquer base suficientemente sólida para se iniciar um projeto, para que venha a ter bom princípio e seja de princípios. Eis a grande máxima moderna: ter princípios não permite a existência singular da liberdade (de não os ter). 
O niilismo corrobora para uma introdução ao desfalecimento ininterrupto, contínuo, devastador e avassalador da sociedade, da estrutura familiar, da construção do ser humano enquanto HUMANO, enquanto ser-social e motivador da edificação do todo, de todos, para todos. Não se tem uma estrutura - tão raro - em que possamos compreender o ser humano em sua essência, posto que essa situação é sinonímia de uma neo-anteposição ao pensamento moderno: não existe "ser humano", não existe identidade, não existe a existência do ser em si, não existe... Existe? Inexiste? O que existe? Para quê existir? E o que é, de fato, existir?
Permanecemos, portanto, num contexto imbricado de conceitos destruídos, que atemorizam os modernetes e faz com que tudo o que seja fundamental ao desenvolvimento salutar do ser humano, torne-se, exclusiva e estritamente, deplorável, marginal, preconceituoso, engessado, antiquado. Permanecemos. Ainda permanecemos. Enquanto houver essa estagnação, o conceito de "ser humano" tornar-se-á extinto, fazendo-se "necessária" a instauração de um "novo" conceito capaz de trazer a totalidade da plenitude do que vislumbra enquanto "ser", pelos modernetes, o que realmente é o ser existencialmente "humano".
Tornamo-nos sedentários de pronunciamentos de opinião, acuados defensores de princípios que foram taxados de "moralistas", permitimo-nos ser escravizados por instauradores de estigmas, estes, que nunca existiram, mas que fizeram com que viessem a existir, e com força de matéria, quando, deveras, são infundamentados, destrutivos e saqueadores das verdades inerentes ao ser humano, à sua própria existência natural, de suas propriedades fundamentais. Vivenciamos o verdadeiro APOCALIPSE da humanidade ou, sendo mais objetivo, o fenômeno escatológico da perfeita criação do Altíssimo: o ser humano à Sua imagem e semelhança.
É interessante o quanto se misturam, já no ponto de partida, conceitos que não só teriam sentidos divergentes, mas que, ao contrário, contemplam-se - exatamente! -, contemplam-se mutuamente: temos princípios fundamentais que caracterizam, constituem, identificam a estrutura do ser humano, assim como o que fundamenta a estrutura de animais, vegetais, circunstâncias naturais, etc., permitindo-nos compreender de maneira empírica e epistemológica as estruturas de cada unidade particular da natureza. É o princípio de todas as coisas, pois se faz compreensível o que nos passa aos sentidos, fazendo-nos crer que 'o que vemos é real, o que sentimos é real, o que percebemos é real' e que tudo não é virtual. É preciso se compreender que 'sentidos imaginários' não possuem, sequer, uma estrutura suficiente para serem ditos hipotéticos, já que deve, antecipadamente, existir estruturas que coexistam, que sejam até contrapostas, mas que se concebam coexistentes.
Partimos do ponto fundamental, o princípio do princípio, o início da incipiência que nos levará à plenitude do ser, de sua composição, de sua estrutura, aquilo que o faz "ser existente". Uma estrutura que existe independentemente da capacidade de compreensão de outrem, isto é, a certeza que a existência do ser em si mesmo independe de minha percepção sobre ele mesmo. A esse aforismo tem-se a elucidação, a compreensão de que a substância do outro, aquilo que o faz ser quem é, existe e o faz existir independentemente da percepção de si mesmo por outrem e, ainda, da capacidade de compreensão de si sobre si mesmo. O processo de perceber-se é algo valioso para se compreender enquanto SER e, com isso, ter a noção consciente do que é existir, ser, agir, interpretar o papel que a vida lhe incubiu: não é uma prisão ser o que realmente se é, mas ter a devida competência para desenvolver-se a si mesmo, com todas as potencialidades que constituem não somente o ser em si, mas configuram a sua própria existência.
Existe, sim, um princípio. Iniciar é um parto e o parto pode ser um princípio ou o princípio doloroso. Mover-se é a certeza de que existe a possibilidade de modificarem as estruturas ou de as potencializar, de ser o que se deve ser, em si mesmo, por sua existência. Existir não é um parto pela dor, mas a própria dor pelo parto: é o movimento que leva à certeza da existência, é a competência que cabe à substância do ser, à constituição do ser, à sua estruturação e, finalmente, à capacidade de ser enquanto ser e estar enquanto ser humano na sociedade, de agir conforme princípios naturais que estão incutidos no DNA e na ALMA do indivíduo. É a certeza de que não se está só e, com isso, não se pode agir conforme qualquer ausência de benfazejo ou ignorância atolada de ignomínia...
...Ser, de fato, é perceber-se no outro, é entender que existe, sim, a similitude, mas que as diferenças também constituem as particularidade e que TAMBÉM merecem o devido respeito, pois TAMBÉM existem.
Que Deus nos dê a graça de sermos menos medíocres e compreender que "somos o que fazemos para mudar o que fomos" na certeza de que nossa essência é imutável, é magnífica, é a perfeição da obra divina nas ações, nos pensamentos, na maneira de lidar com o mundo, com as circunstâncias, com as pessoas e, principalmente, consigo mesmo, com este "EU" que não muitas vezes não sabe o que é por, simplesmente, NUNCA ter olhado com AMOR para o ESPELHO, afim de enxergar-se a si mesmo com os OLHOS DA PRÓPRIA ALMA.

Deus abençoe a todos e obrigado por ter partilhado este pequeno pensamento consigo mesmo. A paz!

sexta-feira, 11 de março de 2016

O sacramento e a vocação



Aos que casaram, que são felizes por estarem com a pessoa amada escolhida por Deus para estar consigo pelo restante dos seus dias, eu vos felicito com esta linda canção. Aos jovens, aos que estão namorando ou que já deram mais um passo, no noivado, ou que estão, ainda, em uma relação que pode ser sacralizada, eu vos dedico essa canção também, pois vocês já estão buscando esse novo... uma vida diferente, emergente, de verdadeira entrega "na real", sendo experimentada na própria pele. Você escolheu estar despojado de si e doado INTEIRAMENTE à outra pessoa, esta, que não mais será "outra pessoa", mas uma só carne contigo. Não é uma escolha qualquer... são duas vidas que se tornam uma só vida. é a certeza da plena caridade 24 horas por dia, é a certeza da inteira doação, plena entrega.
Não existe mal algum nisso, nessa dádiva, nessa Graça Divina, nessa certeza que transcende à razão humana! Que liberta e, ao contrário do que muitos pensam, nunca aprisionou... Em verdade, nós é que, por sermos tolos, nos permitimos (por livre-arbítrio) vivenciar uma prisão, fazendo-nos crentes de uma mazela que NUNCA existiu. Faça-se livre, permita-se livre! Conheça-se no outro, encontre-se na pessoa com quem dividirá todos os restantes dias de sua vida! Conheça o outro dentro de si, encontre a outra pessoa nos momentos em que não se permitiu olhar no espelho por não suportar seus próprios erros e, enfim, poder dizer "eu sou tão humano quanto você!" e se abrir a ouvir "você é tão humano quanto eu fui criado".
Não existe prisão, senão, a da tolice de permitir que nos imprimam pseudo-conceitos que, ao invés de nos possibilitar dar passos à diante, façam com que estejamos com grilhões que nos impedem de aprender, de seguir em frente, de nos aperfeiçoarmos como o Pai do Céu é perfeito...Sejamos livres... Não temamos esse dom maravilhoso de estar eternamente uno à pessoa amada... Sendo Deus perfeitíssimo, não haveria maior exemplo para nós de UNIDADE do que Pai, Filho e Espírito Santo serem UM SÓ em 3, possibilitando-nos sermos um só (casal) unidos ao perfeito Espírito de Deus. Sermos um homem e uma mulher numa só carne e num só espírito sendo conjugados ao Espírito de Deus, nós, imperfeitos em busca do aperfeiçoamento, descobrindo-nos, enquanto unidade, verdadeiros sacrários vivos, Templos do Espírito Santo.

Deus abençoe a todos e que o amor de Nossa Senhora seja nosso exemplo humano de doação. A paz!

O Mestre dos ventos - Rosa de Saron

Este é o fim
Sinto o ar acabar
Onde estão os meus?
Quem vem me buscar?
Dê-me a sua bênção antes de partir
Findarei então, não sofra por mim
Hoje eu morri pro pecado

Eu desabrigo a minha dor
Viro mendigo do meu destino
Chagas hão de tocar
Chagas hão de tocar

Este é o fim
Dos meus temporais
Tudo que eu senti desfalece aqui
Sim, este é o fim dos ventos
Que uivam sem direção
Tocam-me
Mas não me conduzem mais

Hoje eu morri pro pecado
Eu desabrigo a minha dor
Viro mendigo do meu destino
Chagas hão de tocar
Chagas hão de tocar

Hoje eu morri pro pecado
Eu desabrigo a minha dor
Viro mendigo do meu destino, destino, destino
Chagas hão de tocar
Chagas hão de tocar

Sobre a essência existencial do ser ontológico

A veemente probidade de conceitos que circundam a instituição da família, a construção da identidade à partir da consciência do ser humano, e a integridade ética e moral dos indivíduos são inextricáveis. Não podemos admitir que haja uma desconstrução de referências pertinentes às várias etapas de crescimento do ser humano, mas voltar todo o olhar para, a priori, considerar o valor de importância do bem-construir cada uma dessas etapas. É torpe verificar a contundência com que lidam questões acerca de afetividade e sexualidade para crianças e como se despojam dessa mesma cultura ao se aplicar o que é pertinente a jovens e adultos: aos pequeninos, estão exigindo o direito de se "mudar" o aparelho genital (e não o sexo, não a sexualidade, não o código GENÉTICO,i reitero à sapiência dos que possuem) e, aos "maiores", já deturpados, denegridos, desinstruídos, marginalizados, construídos de qualquer forma à mercê de não serem seres pensantes, conscientes da beleza da vida e da perfeição de sua existência, a certeza de que PODEM fazer o que quiserem, quando e como "der na telha". Criou-se um "vírus bacteriofílico" de que as coisas precisam ser conforme a pseudo-liberdade que tentam incutir na cultura sadia do ser humano: "Se é uma árvore que SENTE como se fosse um beija-flor, ela tem 'o direito' de ser o que ela quiser"... Logo, não existe verdade material e se eu gosto de feijão, não tenho o direito de não gostar de arroz porque é
arrozofobia... Mas se eu tentar criar consciência de que feijão e arroz possuem características distintas, eu sou um alimentofóbico!! EU PRECISO DE TRATAMENTO porque eu SOU CAPAZ DE TER CONSCIÊNCIA DE QUE AS COISAS POSSUEM SUAS PARTICULARIDADES... Isto é, ter consciência e ser capaz de perceber a beleza das diferenças e suas perfeições particulares é algo absurdo! TUDO isso porque está proibido TER CONSCIÊNCIA, PERCEBER, OBSERVAR, COMPREENDER as coisas como são em sua natureza real, isto é, nada é o que parece, de fato, até que esse nada acredite ser outra coisa.................................. #Oremus: Senhor, que excrementos fecais nunca sonhem em ser pombos!
Como posso anular a realidade de uma "cadeira" e ser suficientemente incompetente e mentecapto a ponto de querer inibir sua potencialidade? A verdade estaria, simplesmente, em crer que POSSO DESTRUÍ-LA para FAZER O QUE EU QUISER com ela? É simples: Se não preciso de uma cadeira, mas da madeira ou do material que a constitui, que eu procure realmente o que é necessário; Se eu sou um admirador de Laura Pausini, isso não me dá o direito de destruir a vida dela, sua carreira, sua família e aprisioná-la por meu bel-prazer de tê-la cantando (e com muito desgosto, diga-se de passagem!) só pra mim; NADA, absolutamente NADA me dá o direito de tentar destruir o outro por um propósito, por qualquer que seja.
Uma criança tem propriedades de criança e merece, deve, necessita ser respeitada! Uma criança, um dia, será um adulto e, sendo bem cuidada, será um adulto incrível, capaz de tornar o mundo dos que o cercam, melhor. Um jovem, que foi bem cuidado, poderá não somente ser o "filhão" ou a "filhona" que orgulharão os pais pelas boas notas, mas por ser um jovem que desfruta de boas amizades, que já encontrou a certeza de apreciar a beleza das pequenas coisas... do pôr-do-sol... da leitura de um bom livro... da alegria que é cuidar de um jardim, de plantar uma árvore... de perceber que podemos cuidar do mundo de hoje para os que virão...
Um adulto que foi bem cuidado, certamente será aquele responsável por cuidar das crianças que coexistirão consigo, dos pais que já não mais têm idade para tomar banho sozinhos, de zelar pela vida de seu cônjuge ou dos paroquianos aflitos em confissão na comunidade...
O que está havendo hoje? Um bando de gente medíocre que agride crianças e causam traumas, jovens feridos que encontrarão refúgio em coisas torpes que de nada valerão em suas vidas, adultos medíocres, esses mesmos, que estarão lutando para abrir cada vez mais brechas para DESTRUIR o SER HUMANO, a beleza de se ter uma FAMÍLIA, a alegria de se viver em paz com a aceitação da vocação que fomos criados desde a concepção.

Deus seja louvado por tudo... E, por favor, não permitamos que essa DESTRUIÇÃO DA VIDA tenha continuidade...

Paz e bem a todos!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Para dentro de si, o Castelo Interior...

Permite o silêncio transitar por entre os pensamentos...

Mesmo sentindo intenso furor, um doce aperto no peito parece-lhe consolar o que, de fato, não é pleno...
Estarrecificou-se ao adentrar na tenra etapa profunda do ser que pensava ser conhecedor...
E conhecia, mas somente o que antes lhe fora permitido...
Transpassou-lhe a calmaria ao lembrar que compreendera que nada poderia ser, senão, o que de fato é e, sendo, não mais lhe deveria causar transtornos... N'outrora, inúmeros foram... E nada mais há.
Aqueles outonos já não mais existiam e, mesmo assim, permaneciam, ali, tachado nele mesmo, como parte da alma errante, ela mesma, que procurava a liberdade provocadora da sapiência...
O parecer vazio não é uma estupidez, nem um mínimo de querela de insipiência... O parecer vazio permite que os passos continuem e façam alcançar caminhos cada vez mais vastos, a verdadeira amplidão da infinitude, ei-la, portanto, a similitude antagônica do ser infinitamente finito... perfeitamente imperfeito... complexamente simples, docemente caótico...
Traga-se a certeza de que não exista uma congruência eficaz nas coisas, nos seres, na natureza e nas construções pertinentes às criaturas. É simples por trazer imenso arrebatamento de consciência, em que se faz compreender que nada do que seja criado pelo que é imperfeito poderia alcançar a plenitude da perfeição... Absolutamente nada.
Traga-se a atemorização e a sensação de sucumbência recíproca entre as criaturas e teremos a verdade da essência do ser: a plenitude de liberdade, a partir do silêncio, transcorre ontologicamente... Não há, sequer, aquele que possa satisfazer-se por soberania ou superioridade, não há aquele que detenha a plenitude de honra e conhecimento, não poderia em qualquer vão pensamento - e somente lá é possível compreender-se pela graça da peculiar finitude possuída pelas criaturas - proceder a concepção da verdade ao deleitar-se em realidade, em morfismos, em matéria... em NADA.
E, num doce suspiro subsequente à atemorização, ao sufoco da verdade, encontra-se viva e veemente a verdade do ser, a plenitude que transpassa a alma e a refrigera, alegrando inteiramente o ser por fazê-lo compreender que nada é, deveras, maior, melhor, superior ao partir da criatura - que somos. Nada poderia nos fazer melhores e superiores, senão a nós mesmos unicamente, se não vier pela superioridade de algo que vai muito além de nossa finitude.
O vazio passa a fazer sentido e a essência torna-se perene, plena, pois já não mais sucumbe o ser por não aceitar o que é e o que não é, mas por compreender que existe alguém único, logicamente, e que não pode ser substancialmente replicado, triplicado, multiplicado e nem comparável, permitindo-se ser UNICAMENTE a verdadeira perfeição em Sua Infinitude, Benevolência, Amplidão, Compreensão, Sabedoria, Conhecimento, Beleza e a suma essência do que é Verdade: Jamais haveria Graça se não fosse pela Unidade... Sua Graça basta-nos a nós mesmos e nos supera elevando-nos ao divino estado de seres humanos, repletos de caminhos, quartos, num Castelo Interior (parafraseando Santa Tereza d'Ávila) em que só sendo Perfeito poderia habitar dentro da imperfeição, e NUNCA o contrário...

Graça e Paz a todos.

Wesley Mendes

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Do frio e da saudade

...Faz frio. O lúgubre sentido que assombra o pensamento não permite que se espalhem chamas de devaneio. Apenas, por entre os ossos, ecoam as lembranças de tempos remotos que, n'outrora, eram meros momentos transeuntes, que embaçavam os olhos daqueles que procurassem compreender o que acontecia naquelas circunstâncias.
...Fazia frio... e o mar que estava calmo, parecia ainda mais revolto. As sombras que traziam alento em dias quentes, não mais eram benvindas. Perguntava a alma errante por onde andava o Sol, tão estimado companheiro em dias brilhantes.
O frio que jazia, naqueles tempos, não fazia mais sentido em ser. Ao ser, que não mais o que era, coube tornar-se, pelo espaço-tempo-contínuo, o que seria pertinente. Tornou-se. E, em se tratando de tornar-se, o que seria o devir, senão, a certeza do que é efêmero sendo concretizado enquanto o processo ininterrupto da vida permanece copiosamente contínuo... ininterrupto... constante em suas inconstâncias... vivífico, permitindo que seja estabelecido todo o ponto de encontro da unidade inequívoca da realidade: o ser ontológico.
...Não haveria mais frio se o calor fosse perene... Talvez não houvesse calor se a saudade de sua ausência fosse maior que o desejo permanente de sua constância, de sua permanência, do anseio voluptoso provocado pela beleza do calor - de si e do outro, do tempo e do vento, do luar e do devanear... - e da certeza de sua essência. O que, de fato, viria a ser essa tamanha ansiedade pela ausência, afim de se compreender que o que é frio não seja, deveras, apenas uma ausência em si, mas uma verdadeira marcante presença do que não está...(?)

25/01/2016

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Passarinho

O que há, passarinho? Por que te enquadra a melancolia?
Se é torpe o vazio que paira ante a aurora,
Que haveria de ser a plenitude?
Onde anda a grandeza de tuas asas,
Já que vasto é o belo firmamento?
Por que não cantas a formosura do alento
Enquanto resplandeces ao solstício?
O que há, passarinho? Por que te consomes no pranto?
Se é dia ou noite, não percebes mais as querelas e se esvairam as quimeras d'outrora?
Que poderia ser, antes sendo, abstendo-se da grandeza-mor, suma essência do existir?
Já não mais plumas os céus do entardecer e não mais rubra-se a devanear-se,
Por permitir ser o que não mais deveras fora, restando as sombras do que nunca se foi.
07/12/2015 13:45h

sábado, 19 de abril de 2014

Da Solitude

Foi na Solitude que se plenificou a intimidade com o Paráclito.
Foi no silêncio, na calmaria, no despojar de minhas vestes que se fez enxergável a graça do Altíssimo, pois já não me fiz cativo de mim mesmo, mas inteiramente servo do Senhor.
Na ciência ou no pastoreio, no conhecimento ou no conselho, em tudo que o Altíssimo detiver essência, lá, pela sabedoria do discernimento advindo dEle, estarei a seguir e perseguir retamente tal caminho.
Que não seja parte de mim, pois sou Templo do Espírito Santo inteiramente, mas que seja na íntegra. Que não seja pouco ou de mal gosto, que seja com amor e não com síndrome de obrigação, que seja verdadeiro, assim como Ele é a própria verdade, e não uma mera busca de posar como uma falsa imagem idólatra em busca de holofotes, mas, como fez meu grande espelho São Paulo Apóstolo "Não sou eu quem vivo, mas o Cristo que vive em mim", "Sejam como eu sou, pois eu sou como o Cristo" não por egocentrismo, mas por enxergar essa verdade tão libertadora, tão passiva de amar incondicionalmente, tão cheia da vontade de desvencilhamento das coisas vãs, que não valem à pena, das coisas que me fazem cativo deste mundo, e que me fazem elevar o espírito a um estado singular, único, de Graça, isento de soberba e do que é corrupto e, logo, corrompedor de nossas virtudes e essência.


Obrigado por mais um dia, Amado Mestre. Estou à sombra de Tuas asas...


Muito obrigado pela graça de ser acolhido!! Amo-vos inteiramente.


Lelo Mendes - Ministério Jovem SE

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O DESCONHECIDO E O ESSENCIAL

O DESCONHECIDO E O ESSENCIAL

O desconhecido é um presente presente. Se estamos aptos ou não, não importa, pois lá estará...
As mudanças vêm e devem ser vistas com bons olhos, pois a imaturidade não permite que se enxergue o lado bom das coisas sem que nos sintamos acuados, ofendidos... Já que, tudo que sentimos, é consequência daquilo que fora estabelecido ao longo dos tempos.
Preocupamo-nos, porém, com o passar dos tempos, se conseguimos alcançar o vislumbre da liberdade e a liberdade de ser a estrela principal da história que realmente importa: a nossa própria vida.
Não seja por ninguém! Apenas seja para você mesmo. Não busque preenchimentos alheios, mas o que é de sua essência em preencher-se! Verifique o que é bom e que, deveras, não agrida o outro. Se sua felicidade incomodar, lembre-se que a FÉ já está inserida na FElicidade! E se não der certo? Certamente não amadureceu o suficiente, não chegou a hora oportuna. Seja paciente e espere... espere... O benefício será o exercício da paciência (que, certamente, não tenha sido praticada enquanto esteve sendo clivado pelos fatores externos...).
O desconhecido talvez não seja tão desconhecido, mas o clivo ou a estagnação que você mesmo encrustou naquilo ou em quem você enxergou. Isso permitiu que você não fosse suficientemente competente a lembrar que mudamos o tempo todo... que evoluímos... que crescemos... e que até a morte faz parte da mudança. Dar lugar ao outro (entenda-se "novo) não deve ser visto como uma catástrofe, mas algo essencial, algo que sempre acontecerá. O tempo não é estático e é nosso maior professor.
Eduque-se! Respeite os espaços. Crie padrões e perceba que você mesmo possui tais padrões. Perceba que quem está ao seu redor está atolado de padrões. Estética? Talvez, mas isso é fútil. Perceba o fundamental: aquilo que está no comportamento, no pensamento, na humanidade e no lado divino também! Apenas perceba... e veja se podemos aprender algo com isso. Segundo a ciência, nossa maior dádiva é a de aprender a vida inteira, pois todo conhecimento é inesgotável em sua materialidade (graças a Deus!!!!!).
Sinta-se amado. Ame-se muito. Ame-se mais que qualquer coisa. Isso mesmo. Que qualquer coisa! Porque qualquer coisa é objeto e todos valemos mais que qualquer coisa. Ame-se demasiadamente e muito lhe será acrescido. Perceba que não foi mencionado "amar mais que aos outros" ou "super-valorizar-se e pisar nos outros"... não! Apenas procure se cuidar. O jargão que está percorrendo as redes é o de que "que não se ama, não poderá amar ninguém". Posso concordar, mas não vou discordar, deixando no ar.
Enquanto Cristão, menciono que "amar-se é amar a Deus, pois (no que tenho fé) somos Templo do Espírito Santo". E é com essa simples mensagem que se podem desenvolver inúmeras reflexões pertinentes e sábias (por favor, abstenham-se de babaquices intelectuais e infantis, pois não são salutares) acerca do "cuidar-se", do amor ao próximo e do amar como a si mesmo.
Perdoe. Sim, o mais difícil. Em recente situação, levei 1 ano para conseguir perdoar. É claro que é difícil, mas aconteceu. O perdão vem. Devemos nos orgulhar de conseguir perdoar, pois também somos perdoados. Triste de nós se não nos importamos se não fomos perdoados por quem ferimos. Os problemas existem. Difíceis ou não, sempre serão problemas, dificuldades, tribulações... só mudam de endereço. Mas existem. Cada um sabe como lidar (nascemos prontos para isso! É preciso exercitar o dom). Mas o pior perdão de ser dado é aquele que nos remete ao perdão que recebemos. É o clivo pelo clivo: o que fiz com alguém não admito ser feito comigo. É engraçado isso. A mesquinharia do ser humano está em não admitir a passibilidade de erro. Não somos divindades! Somos humanos e tropeçamos. Ao cair, podemos levantar e não podemos tirar o direito de alguém se reerguer. (que texto longo!)
Estender a mão para ajudar é outro ponto. Não vou adentrar. Alguns já pensarão "estender a mão para quem já quer o braço, a perna...". São minudências que não valem à pena. Apenas "dê com a mão esquerda para que a direita não veja"; faça sem a intensão de ser retribuído um dia e não queira passar à vista (vulgo "passar na cara") num futuro inverso e verossímil. Não seja medíocre, pois todos sabem que "o mundo dá voltas", mas esquecem que o sorriso no rosto de quem "faz o bem sem olhar a quem" é muito maior, tem mais brilho e atrai mais amizades, mais alegria e faz bem à saúde.
Não permita o clivo do diferente lhe amargurar. A tendência é que as pessoas se tornem absolutamente iguais quando se abrem ao "novo" (tema para outra reflexão: será que o novo é novo, de fato?), ao "diferente", ao que "não 'sou' eu" e "não é de mim". Somos cliváveis, estamos clivados. Temos um coração cheio de marcas. As marcas atingem nossa alma e nos modifica. Aos que perderam sua essência, que permitiram viver em corrupção, em pisar no semelhante, em odiar e esquecer de amar o humano ao invés do objeto, do dinheiro, do lucro, meus pêsames, pois a vida não fica aí: a vida passa ligeiramente, pois o sol brilha, as nuvens passeiam e são modificadas o dia inteiro e todos os dias; há dias quentes e frios, mas o mesmo é o sol, que se desgasta ao longo de milhares de anos; há dias com brisa e outros sem; há dias barulhentos e outros com silêncio "zen"; há dias em que pensamos nada e outros que nos permitimos escrever... há dias... apenas dias.
E você fez....? O que se fez? Em que mudei? Fui aceito pela mudança? Melhor é o estrangeiro, pois é mais bem aceito em seu estado atual do que o "mudante", que reencontra os amigos e não é mais o mesmo! Engraçado é isso: não posso ser mutável aos conhecidos, mas ao desconhecido sou mais um amigo.

Pensemos nisso, pois não sabemos de nossos valores. Somos clivados diariamente e nem nos damos conta do que aconteceu conosco. Alguns admiram, sim. Outros preferem a inconformabilidade, pois é "viável" criticar a fazer melhor (dizem as más línguas...); É viável que não sejamos mutáveis, previsíveis, pois "Narciso não acha belo o que não é mesmo velho"; É mais interessante já saber o caminho, é mais confortável saber onde pisar a ter que ferir os pés, arranhar-se pelo desconhecido-conhecido.

Eu mudo, graças a Deus. Você é mutável, graças a Deus! Quando mudamos, saiba, aprendemos muito mais. Ser estático é ruim, pois se alimentam os lobos das fáceis ovelhas que trilham os mesmos caminhos diariamente. Não "mude apenas por mudar", mas "porque a mudança se fez necessária e me levou a um novo ponto, um plano superior". Leia mais livros, leia de tudo. Veja novos filmes e diferentes do seu "gosto" pessoal. Limite-se a gostar de ler, de ver filmes, de conversar (não importa sobre o quê, mas conversar! O mundo parou numa tecnofilia louca que as pessoas nem se olham mais!), de caminhar à beira-mar vendo o sol de pôr! E de mergulhar no mar, claro!!! Ver a beleza da madrugada, de como o céu e as nuvens se comportam diferente (sim, é verdade!! É muito diferente!!), de como o som do tempo muda...
...Apenas viva. Os detalhes são mais importantes que as coisas gigantes e estrondosas. Nem tudo e mato! Cada folhinha tem algo particular, cada flor exala um cheio diferente, até o cair n'água de um rio muda para o outro... Vista um kimono (karate-gi), calce um tênis e vá correr na avenida. Mova-se! Toque um instrumento musical e sinta o quão fabulosas são as notas musicais que ressoam em sua mente, em seu corpo, alcançando sua alma! É dádiva!!
E, ao fim do dia, quando encostar sua cabeça no travesseiro, certamente lembrará de como foi maravilhoso o seu dia... sua mente começará a lembrar de tudo e, quando menos esperar, estará sonhando enquanto Deus te prepara um novo dia para se fazer tudo melhor que antes.

Santo dia a todos!! A paz e um beijo na alma de todos vocês, meus amigos angelicais, presentes de Deus em minha vida!! Cada um de vocês têm um quê particular acrescentado em minha essência.
Obrigado!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Amiga Saudade, não se vá!...

08/07/2013 1:18h

Amiga Saudade, não se vá!
Não ligue para os tolos,
Pois não sabem o que dizem.

Não se sinta oprimida, Amiga!
Tens a mim, seu fiel companheiro!
Não partas, não quero outra saudade...

Ah, minha doce Saudade...
Não poderia sentir outra, senão,
A tua, pois é minha saudade!

E te sentir me faz bem... A saudade
É dolorida, sabemos... mas é assim,
Pois és Saudade na presença...

...E, na ausência, é saudade,
Angústia de quem tanto Ama,
Plena certeza de quem tem...

E a saudade que entorpece
Não é a mesma em ninguém!
É saudade da Saudade, Amiga...

...E a dor de quem não tem
Não é a mesma de quem sente:
A Saudade é única... e a saudade...

És musa, Eternamente! Saudade
É sentir tua glória, teu fervor!
É a pureza semeada, fruto Amor...

E a Saudade que sinto, Amiga,
Sempre será tua... E a saudade,
que vier, talvez não seja minha...

1:28h

domingo, 7 de julho de 2013

Marcial, músico e escritor, refleti acerca da essência numa "luta" do Anderson Silva. Eis o resultado.

Meditei as palavras do Anderson Silva, proferidas ao final do combate de ontem (06/07/2013) e percebi o quanto estamos desrespeitosos e sem essência... É uma pena...

Como brasileiro, apaixonado por artes marciais, decidi postar esse comentário. Sou um cristão Católico que pratica artes marciais há 20 anos. Em muito dos treinos, nos diversos estilos de arte, aprendi muito com a peculiaridade de cada uma. Neste domingo (07/07/2013), assisti uma reprise da luta do Anderson Silva. E fiz minha análise.
No primeiro ponto, a primeira análise bombardeou o lutador não pelo desmerecimento do mesmo quanto ao adversário... Era evidente que a luta estava "no papo". Impossível de o Spider ser derrotado. Ao final da luta, após um "falso" knockout, nosso campeão estaria "derrotado" (?), mas não foi o que aconteceu.
A luta já mostrava o quanto o Anderson Silva estava num excelente nível. Ele já marcou história, fez seu nome e o nome do país que o pariu. Não havia mais sentido em continuar lutando. Exatamente. Iniciou-se minha segunda análise.
Ao assistir à luta, fiquei decepcionado. O óbvio estava esculpido: Anderson não podia perder! Ele é imbatível. Entretanto, após os escores de toda a palhaçada norte-americana, aquele bando de anencéfalos gritando e querendo humilhar o Anderson, xingando, urrando absurdos, só enalteciam a humildade do lutador.
Foi no tão esperado discurso, pós-discurso do campeão Chris, que a verdade veio à tona. Tudo em inglês e com o grande desfecho em língua vernácula, Anderson Silva mostra a superioridade de um povo que sabe reconhecer não somente a vitória de um adversário, com humildade e sutileza, mas a hora de parar para viver.
E foi assim que minha segunda análise destruiu minha infeliz análise inicial: "Eu treinei muito duro para este momento. O Chris é um grande lutador e é o novo campeão. Ele merece respeito. Agora posso voltar para minha família, meu país e meus estudos. Eu não quero mais lutar por um cinturão. Agora, ele é o campeão. E vcs devem respeitá-lo. Obrigado EUA, obrigado a todos, obrigado pela minha carreira, obrigado Brasil. Brasileiros, respeitem o Chris, ele é o campeão e eu fiz o que pude. Agora, vou voltar pra casa. Deus abençoe todos vcs", e encerrou com um singelo discurso em português.
Parabéns, Anderson. Sua verdadeira e maior vitória é poder voltar para sua vida, viver seus filhos, sua esposa que tanto te espera em cada dia de treino e combates longe de casa, para seu crescimento intelectual, espiritual. Não precisa que ninguém lhe diga ser um vencedor ou perdedor, pois seu histórico de vida, suas experiências, quedas e erguidas já gritam isso consistentemente. Sucesso na sua verdadeira jornada, cara!
Deus abençoe!

P.S.: É, amigos. Nem sempre esperamos ter aquilo que precisamos. Somos guiados pelo que "queremos" e esquecemos da essência. Queríamos mais uma vitória... mas.. até quando?! Às custas de quê?! E o cara que tá lá, dia a dia, treinos após treino, sem família, sem mulher, longe dos amigos?! E a estafa?! E o cansaço?! E a vontade louca de voltar pra casa e, simplesmente, viver a própria vida com dignidade?! Ele fez o que precisava fazer. E não teve vergonha disso. Somos Marciais natos... mas não sabemos a hora exata de parar. Chega um momento em que "lutamos a qualquer custo", pisamos em quem quer que seja, só para ter uma pseudo-vitória. Machucamos pessoas, gastamos nosso tempo com coisas vis, supérfluas, passageiras... e esquecemos de alimentar a essência. E, quando nos damos conta, perdemos a vida. Ó, pobres hipócritas, até quando pisarão nas pessoas, afim de que seu ego pútrido seja saciado? Por que não viver com dignidade?! Até que ponto, ó humanidade intelectual ingrata, únicos animais com racionalidade, será capaz de fazer mal ao seu semelhante?? Ele soube a hora de parar. Ele não fez por mal.
Tomemos como exemplo e façamos nossa parte. Sejamos mais humanos. O mundo anda cheio de promiscuidade, de anti-ética, de desrespeito pelos seus... para quê continuar nessa sujeira? Tenhamos coragem de enfrentar cada derrota e erguer a cabeça com sabedoria. Perder, na verdade, é ganhar: experiência, reflexão, percepção, sabedoria e compreensão de que podemos não ser perfeitos, mas que estamos aptos a aprender das novas lições que a vida nos oferece diariamente.

Graça e paz a todos!! E bom domingo!!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

30/05/2013

Doce entardecer...
Quantas delícias a oferecer?
Quão glamorosa é a simplicidade
Do querer, sem ter, ater a distância?
E perecer às loucuras?


Ó, doce entardecer...
Por que não me respondes
A angústia e o bel-frenesi
Causado pela saudade
Que me consome de injúria?

Caro entardecer, não tarde!
Não me falhe a inconstância
Palpitar deste acelerado, ó, dor!
Aniquila a ânsia minha
E me permita deleitar o estupendo Amor!

Lelo Mendes - 16:37h - 16:45h

quinta-feira, 16 de maio de 2013

AOS JOVENS, IDOSOS E TODOS OS QUE CONSOMEM SEUS PRÓXIMOS E NÃO SE PERMITEM, EM HIPÓTESE ALGUMA, SEREM CONSUMIDOS (NEM PELO BONDOSO DEUS!!!!


AOS JOVENS, IDOSOS E TODOS OS QUE CONSOMEM SEUS PRÓXIMOS E NÃO SE PERMITEM, EM HIPÓTESE ALGUMA, SEREM CONSUMIDOS (NEM PELO BONDOSO DEUS!!!!)

Cancele um pouco esse drama [do cotidiano, da estagnação, do querer compulsivo de estar na defensiva, de ser o COITADINHO SEMPRE, de não admitir, sequer, o próprio erro!!! Muitos já os vêem e você, caríssim@, não se permite!], pois uma coisa é se falar sobre tudo e outra coisa é desmedir palavras que soam como ofensa [é tão bom quando soltamos as farpas e esquecemos de refletir se um simples "algodão" não estaria embebido de veneno...]. Se fui fraco, um dia, por ter permitido alguém me fazer sofrer, não te cabe ficar relembrando de momentos ruins [passados por mim, pela fraqueza, nem Deus, que é o único Senhor do passado e futuro, faz isso!!], pois tenho q ser diferente, tenho que perdoar [aos que permiti que me ferissem] para seguir em frente; e é assim que tem que ser com os seres humanos! Tem que existir isso. Estou percebendo que você não tem lido com sabedoria as palavras, mas que tem tomado do jeito que lhe cabe para tangenciar essas interpretações dramáticas, como se houvesse um crápula ao invés de um amigo [muitas vezes para chamar atenção, muitas vezes por não admitir que precisa de ajuda, muitas vezes, até, para que alguém brigue com você, tudo isso pela necessidade compulsiva de se sentir amado! É preciso Amar para ser amado, e não o contrário!]. Por que estou falando isso? Simples! Porque, na mesma medida que você cobra de mim achar que éramos amigos a ponto de falar sobre qualquer coisa, você mesmo não dá o espaço magnífico que existe entre amigos que tem autoridade suficiente para dizer o que pensam! Exatamente: verdadeiros amigos contam coisas, pedem que coisas não sejam feitas pelo simples fato de existir amor (Philia) entre ambos! É um gesto de nobreza fazê-lo, pois é um meio de aflorar uma amizade repleta de respeito, já que, como aprendi com a essência, um amigo não quer sofrer injúrias de outro amigo... isso não é verdadeiramente amizade.
Agora, torno a perguntar: FUI CLARO??
Agora, mais uma vez, pergunto: Precisa desse drama? Alguns me chamam "Fortaleza", mas precisam aprender que esse lindo dom está no espírito de todos, mas eu também tenho coração, sou humano, somos frágeis (meu coração e eu!) e também necessitamos compreensão! O que mais tenho visto nas pseudo-amizades que de mim se aproximaram foi uma tonelada de anseios, desejos humanos, quereres baseados na carne e no benefício próprios e nenhuma reciprocidade de compreensão! Tenho percebido que o mundo capitalista, novelista, sensacionalista tomou conta da consciência desse povo medíocre (no sentido etimológico da palavra e, enquanto acadêmico da área de Letras, sempre utilizarei do sentido REAL das mesmas), que não sai de cima do muro e vive às custas do que é imposto e, ainda, não têm qualquer poder de reflexão, logo, não sabem o que é, deveras, uma amizade, quanto mais... o amor.
Veja, veja quantas coisas em tão pouco... veja o quanto Deus tem-me feito refletir, quanto tenho estado sozinho com Ele em preces e nas missões... ontem, antes do anoitecer, percebi que estou como Maria, que chamamos "Virgem do Silêncio", serva fiel que dedicou sua vida, pelo silêncio, aos desígnios de Deus... Estou em silêncio, pois o que está dentro de mim são os gritos que Deus mesmo está me ajudando a construir...
Não falo de poesia, mas falo do que o Paráclito está construindo: verdadeiro templo, verdadeira morada de Si...
E isso é alguma exclusividade deste pobre pecador? É algo que me cabe, unicamente? Não... É o que Deus oferece diariamente e... não... nos... damos... conta... E são muitas as missões... são inúmeros os missionários... mas... "A MESSE É GRANDE E OS OPERÁRIOS SÃO POUCOS"... Portanto, o que de Deus é perene em sua vida? O que, de Deus, não é incógnita, mas discernimento por tê-Lo escutado no silêncio?? O quanto de Deus não são apenas palavras pré-programadas, automatizadas, isentas de essência, livres da moção do Espírito? Estamos vivenciando o Pentecostes (a preparação para receber a efusão no domingo iminente) realmente? E o quanto deste mesmo Paráclito está presente em nosso cotidiano?? O que se passa consigo, amig@? E nós, missionários, o quanto de Deus, tanto proferido pelas palavras, está repleto de suma essência? O quanto não são, apenas, vis palavras repetidas por um e por todos? Robôs?? Automatizações?? E a moção do Espírito?? E a farsa dessa falsa experiência com Deus, o que dizer dela??
Deus é tão generoso que nos mostra a resposta para cada uma das indagações e perguntas sem fim: SÃO AS ATITUDES QUE MOSTRAM A VERDADEIRA AÇÃO DE DEUS NO SER HUMANO, POIS AS PALAVRAS FAZEM PARTE DO DOMÍNIO DO INTELECTO, NÃO DA SABEDORIA [já que o SILÊNCIO é o maior dos dons da Sabedoria, que é dom do Espírito Santo, e via-mor para o divino diálogo com Deus...].

Tenham, todos, um santo dia! Repleto do Espírito de Deus e dos dons do Paráclito!!
Graça e paz a todos!!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Ante a essência...


Ante a essência, ó doce brisa
Da madrugada que consome
Em plenitude a alma minha
Repetindo, à esmo, o meu nome

Clamando pelo que não sabe
- Desconhecida face companheira
Verdade inconsolável...não cale!
A pureza errante da guerreira

Que luta fielmente; ó, Amor!
Virtude que fortalece! Ardor
Da suprema angústia - perecer
A vil incerteza do não se ter...

Lelo Mendes - 18/03/2013 - 03:23h

segunda-feira, 4 de março de 2013

Não somos nada...


Amanhece mais um dia, enquanto outro se foi. As horas passam, todas, rapidamente, nascendo e se pondo o sol consigo. O que fazemos, não importa de fato: trabalho, estudo, família... nada do que é feito é importante. O que é uma árvore, senão, uma sucessão de fenômenos?...
E o sentir? O que é o sentir? O que é esperar acontecer e nada acontecer? E por que nada acontece? E o que leva a não mudar? Isso importa? E o que vem a seguir? Será que depende do que passou? E o que passou, onde está? Aonde foi parar? E todo o desperdício? E o descaso? E o desgosto? E a desonra?! E todo o esforço?? De que vale tudo que foi feito se, deveras, ainda assim, houve o que não se fez?...: a reciprocidade não adquirida, por mais que o ser humano esteja isento de pretensões ou galgado em inextricáveis querelas de algo em troca, é a reciprocidade que nos faz mover... andar... caminhar... agir diferentemente... plantar uma árvore... ou, até mesmo e mais fundamental, regar àquela já plantada...
Não me venham mostrar o erro disso. Mostrem-se, até, divergentes! Isso traz moção... É importante divergir. O que se faz excludente é a corrupção, que é como o vácuo. A ausência de reciprocidade nos faz inóspitos, mas sem a asperidão necessária para que haja movimento pelo atrito: se é áspero, como não haveria tração?
E as horas passam... os dias, consigo, fazem-nos prisioneiros do devir... e dos anseios. Querer torna-se cada vez mais difícil e menos valorizável ao olhar humano da alma. Olhar humano... Onde está a humanidade? Não sei, não sei...
Super Eu, é o que mais tenho visto. Certezas de pisar no meu semelhante é o que mais vale à pena nos dias de hoje. TERRÍVEL! Zero de humanidade, zero de respeito! Valores perderam-se e ainda há quem diga que "valor" é coisa do passado?? Sinceramente estou cansado e estupefato, estarrecido por tantas falácias, tantas verbalizações vazias acerca de "sentimento e relacionamento", acerca do que é bom ou ruim, tantas lágrimas de crocodilo e, ainda por cima, após todo o "chororô" desse "povo" - que, inicialmente, o fazem como recém-nascido -, vejo-os cair no vazio, no desperdício, no "oba-oba". Que bom... sinceramente, que bom! Certamente é um marco que nos auxiliar a enxergar quem dá bons, úteis e agradáveis frutos.
O evangelho de ontem trouxe uma gama de reflexões. O vinhateiro, enquanto protagonista da misericórdia, pede ao dono do plantio que lhe dê mais 1 ano, pois cuidaria daquela que não lhe produzira nada em 3 anos, e o faria com todo o necessário; caso não desse jeito, o dono mesmo cortaria a infrutífera. Que tenhamos, portanto a graça dessa nova chance, quiçá, gloriosa...
...Até quando teremos outra chance?
Retomando o pensamento... O dia amanheceu diferente: havia nuvens no céu, estava ensolarado, porém nebuloso. As lágrimas não faziam parte do semblante corado, e nem o rubro da fenecida face era cabível. A melancolia tornara-se um aliado, revestindo o algoz cavaleiro com reluzente armadura estuporante... Mas, por dentro, já se punha entorpecido e a dor não mais lhe era estranha, mas uma companheira de alguns meses, na qual se fizera fortaleza em avesso.
E o inesperável? Existe, mas quando é que o ser humano se dará conta de tão brutal realidade? Exatamente quando se faz presente, em plena veracidade. Ei-lo, destruidor, esmagador, implacável, destituído de piedade... e de uma segunda chance: esvaiu-se a glória de uma outra possibilidade.
Há, apenas, uma única chance. Perdendo, esqueça-lhe. Como diria o popular "Fi-lo porque qui-lo". Ninguém é responsável pela consequência além de nós mesmos. Por pior que seja a situação, sempre haverá o caminho da dor e o caminho do amor. Quando se perde pela burrice que se cometeu, pelo desejo carnal não controlado (e, aí, já se pode refletir acerca d'um parâmetro repleto de tortuosidades esmiuçadas e que já vinham sendo construídas ao invés de serem evitadas, no mínimo...), pelo domínio do Daemon sobre a Animae, pela perda da razão em detrimento do desejo, simplesmente... Eis o caminho da dor: o ferir aos que nos cercam e, depois, ainda ter que pedir perdão... (?) Talvez, uma anteposição situacional seria de maior valia...
E, com a dor, duas perdas: a de quem fere e a do ferido; quem fere, certamente, perde a felicidade enquanto que, o ferido, perde momentaneamente a razão, mas põe em reflexão sobre tudo o que se passou... Portanto, ao ferido, a perda não é tão devastadora.
Sobre o outro caminho, o inevitável: a perda para a "vida". As escolhas são de todo importantes. Amar incondicionalmente é fundamental. Não existem valores que impeçam nada. Quando se investe no incondicional, já está ditada a regra fundamental: A predileção pelo amor e pelo reconhecimento do valor da ESSÊNCIA de quem se AMA, e nada mais. Vive-se plenitude em felicidade, gracejos, sorrisos, gargalhadas soltas, brilhos infindáveis no olhar, beijos longuíssimos e demais demorados - doces, molhados, quentes e enlouquecidos... -, abraços apertados e que nos dão conforto, segurança, sinceridade, inspiração... carinhos dos mais diversos, profundos, que conseguem arrancar sorrisos nas horas mais devastadoras, destruindo o pranto que vem das entranhas... planos, planos e mais planos, pois não se quer mais ficar longe! Não se tem pretensão de conseguir outra pessoa! Querer estar perto?? Não!! Muito mais que isso!! É o querer passar a vida TODA!! E o tempo segue semeando bons e maravilhosos frutos, e as coisas começam, todas, a dar certo... e as certezas já nem se planejam mais, pois, simplesmente, vão acontecendo e...
...Todas as escolhas já foram feitas, resumindo-se numa só: a simplicidade do querer eternizar o amor ao lado de quem se ama, incondicionalizou-se.
O dia amanheceu, sim, diferente. Algo de errado aconteceu. Algo não estava nos planos. Uma enfermidade, talvez. As horas passam, novamente e ininterruptamente. É preciso correr! E os planos?? E os anseios?? E tudo que estava sendo construído com todo o amor?! O que?? Não há mais tempo?? Mas estava tão bem ontem à noite?? O que houve?? É grave?? Como assim?? Apenas alguns meses?? O que??? Talvez, semanas??? E os sonhos? E os planos?? E a eternização?? Por favor, diga que não é verdade!
Certamente, o dia amanheceu diferente... Talvez igual na maneira em que o tempo se constrói... Talvez nas nuvens do céu... o pelo calor do sol...
Certamente as horas são as mesmas... e o dia que nasceu, também. Talvez a certeza que se tinha, a vontade de viver, de eternizar, não possuam mais a mesma força de antes...
...Talvez até a essência tenha mudado. Talvez a dor tenha vindo para devastar tudo que se construiu dentro da alma.
...Talvez nem a fé seja mais a mesma. Talvez o abalo das estruturas tenha sido sísmico... e foi.
E tudo o que se construiu? E a perda: será que foi maior, agora? E o valor que se deu? Será que valeu à pena? Sim, valeu, e muito! Porque houve essência, houve reciprocidade... houve a beleza do amor INCONDICIONAL. Houve VIDA, deveras. E o vinhateiro olhou para essa parte da vinha e percebeu que deu milhões de bons frutos, agradou demais aos que viram crescendo e aqueceu o coração dos desesperançosos. Melhores frutos que esses? Será que foram eternizados? Eu digo que sim! Mesmo com a dor que veio consigo, pude agradecer a Deus por enxergar tal beleza que, antes, só pude apreciar em filmes, livros: um amor que fora eternizado.
Amanheci na fortaleza da melancolia, mas percebi que essa dor, alheia, é infinitamente maior que a minha... E meu olhar voltou-se para o Céu, em que pude pedir a Deus o conforto à minha amiga, que está distante, agora e necessitando dessa graça.
E as horas pareciam cessar...
E o vento parecia silenciar...
E o sol... ouvia-se o barulho que provocava seu calor...
E a dor que era consumidora, esvaiu-se... e o pensamento voltou a estabilizar... e o que se perdera não mais afetava... mas era lembrança... era a força do que restou de se amar...

Paz e bem...

Lelo Mendes 04/03/2013

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

De mim...


Doce neblina que paira sobre mim...
que me conduz docemente, enfim,
ao marco do novo... Ó bel-prazer
que, em si, fenece, e enaltece meu ser!

Ante resquícios d'alma, divina errante,
cujas horas fugidias, em veredas tortuosas,
encontraram-se perdidas, vida desregrada,
percebi-me inebriado na incerteza extasiante...

Perecendo, esvaiu-se a similitude sagaz,
embrutecendo-se à esmo, infinita tristeza!
E a certeza descrente do que é capaz

A virtude, em presteza, arrancou-me o temor
rasgando-me o pranto - deleitou-se em fulgor
revelando-se o, Amor, em perfeita beleza...

Lelo Mendes - 26/02/2012

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Da existência do Amor - E sua essencialidade carvalhar


O amor existe...
Se assim não fosse, nem mesmo Platão teria discorrido sobre o tema... Então, lá vai...
Existe uma árvore chamada Carvalho (alguns podem até conhecer tal história, ou, até mesmo, já me ouviram contá-la...) que é considerada a mais forte dentre as árvores e das mais tonificadas magnanimidades naturais. Ela é conhecida por seu imenso tamanho majestoso, e por sua força e resistência peculiares. A capacidade de resistir às catástrofes (terremotos, maremotos etc) chama demasiadamente à atenção de qualquer observador desligado do mundo, que dirá de um curioso. Sua beleza é descomunal: tem a riqueza e o esplendor de uma sequoia, mas seu poderio não permite que viva em comunidade com outros Carvalhos: É tão única que chega a ser "sozinha".
A "solitude" não é em vão, e isso fica óbvio quando se percebe a profundidade que chegam suas raízes, permitindo que nada possa arrancá-la do solo, e o raio que alcançam, que chega a ser quilométrico. É uma árvore extraordinária! Seu "casco" chega a ser comparado com a dureza do Titânio, o que não é nada mal para uma árvore, permitindo-nos imaginar o estrago que seria um ser tão monstruoso vir "à pique" (seria pior que o Titanic, certamente...).
Além desses encantos, da possibilidade de a natureza fazer uma "árvore de metal" mais resistente que os edifícios japoneses, que são os únicos "capazes de sobreviver" o pior dos tremores de terra, e mais inatingível por um Tsunami que a mais alta e bem elaborada construção feita pelo homem, o segredo de sua essência é ainda mais valioso que qualquer uma de suas habilidades.
Esse "mostro" robusto, antes mesmo de sê-lo, fora uma frágil sementinha. Exatamente. Não uma semente já "metálica", como na estrutura final desse produto tão maravilhoso criado por Deus... Não. Ela era sensível, frágil, quebrantável, passível de ser destruída por uma criança. Só o tempo foi capaz de permitir que tamanha magnificência pudesse vir à tona e se transformar num bruto "rei das florestas", um rei único, capaz de respeitar seus menores, mas de não admitir a presença de um igual a si por perto: tem que ser única! O poder destrutivo de suas raízes é considerado a única coisa capaz de derrubar, e em silêncio, um igual, vencendo a mais forte. Sendo assim, digamos, a Liga dos Carvalhos existe em plena harmonia quando cada um dos seus membros está o mais distante possível um do outro. Belíssimo.
Eis que cai uma semente no solo. Anos e anos passarão até que se torne um broto capaz de virar uma arvorezinha. Entretanto, até se tornar broto, a sementinha frágil necessitará de cuidados. Não só de ser semeada, mas aguada (e a natureza faz isso da melhor maneira possível), alimentada, nutrida, fortalecida. A partir de então, aquilo que está no código genético da árvore-futura, mostrará sua essência.
O amor existe...
Todos têm a essência. Todos, sem exceção. Não me venham os palermas de plantão dizendo "eu num tenho". A vocês, meus pêsames, por serem as sementes podres que já se condenaram à morte.
Ser um Carvalho é uma dádiva. Alguns rirão, certamente, mas os poucos que compreenderão já me serão mais que suficientes para semearem o esclarecimento. Todo Amor é Amor... não existe outro. O mundo resolveu criar e expandir algo que teria características fúteis do Amor... eu diria, até, que seria o seu inverso... a sua anti-matéria... aquilo que faz com que o Amor seja Amor. Não é preciso entrar em detalhes... um simples e rápido exame de consciência nos fará perceber isso...
Quando não semeamos, o "código genético" do Carvalho é jogado fora... Quando não o regamos, nutrimos, nem alimentamos, o que poderia ser o "broto de Carvalho" morre!! Exatamente... São poucos os que compreendem... São poucos os que sabem de tal valor... são pouquíssimos os que foram instruídos a buscar esse ideal.
O Amor não precisa ser apenas o de interesse entre um homem e uma mulher, mas o da amizade RECÍPROCA! Todos somos sementes de Carvalho, e esperamos nossa vez de sermos semeados... Todos nós podemos nos tornar brotos de Carvalho, sendo cuidados da maneira correta, e PODADOS! Quantos de nós não levou aquela "bronca" rígida?! Todos nós temos potencialidade para nos tornarmos belos Carvalhos... Fortes e majestosos... Mas... espere!! Os Carvalhos são sozinhos!! (???) Eles não são "sozinhos"... Eles são ÚNICOS... Bem como as amizades... como os amores... assim como cada um que cultivamos, aguamos, nutrimos em nosso cotidiano. Todos são iguais! Mas cada um é um... e cada um precisa da devida atenção, do devido cuidado....mas precisa.
Se queremos boas amizades, que as cultivemos... que as CATIVEMOS... mas sejamos coerentes. "Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas..." (Antoine du Exupery em 'O pequeno Príncipe) Cative, mas cuide... Não jogue a semente em vão. Somos humanos... e somos os únicos animais racionais. Somos os únicos que sofrem conscientemente: sentimos bruta saudade, sofremos o descaso do abandono injustificado, caímos em pranto pela perda e somos capazes de remoer a dor inúmeras vezes, durante dias, meses a fio. Não abuse das sementes. Não as jogue em vão. Semeie, mas decida por qual semente ir cuidando... Não resolve jogarmos todas as sementes de uma vez! Seremos esquecidos se o fizermos! É preferível jogar uma única e se tornar único, um majestoso Carvalho!
"Se tu me cativares, serás único para mim no universo; e se eu te cativar, serei única para ti no universo... pois tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas"... É simples... e as pessoas preferem complicar. Uma semente é um compromisso. A vida é feita de escolhas e temos muito pouco tempo para desperdiçar. Procuremos a sapiência, não sejamos insipientes... Pensar é tão simples e tão gratuito...
Basta tão pouco para se amar...
Cativar... Nutrir... alimentar... ao se tornar Carvalho, após anos, a majestade da fortaleza reinará. E o que é melhor que uma amizade inabalável?! Ou melhor que um amor regado à indestrutibilidade?! Existiria apoio melhor que esses para seguirmos bem nossas vidas?! São mais que suficientes para sermos vitoriosos em tudo: estudos, trabalho etc...
Será que EU já REGUEI minha semente hoje?!

Lelo Mendes

Paz e bem a todos...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ante a insônia, ei-la: a poesia...

Perecer... ó, fúnebre cântico...
Por que me vens cometer
Tamanha injúria? O pranto
É o que me faz reviver...

...a essência da julgada
Vil alma entorpecida
Minha, sem curso, impregnada
Do odor da ferida esfacelada...

Ante a aberração da angústia
Da guerrilha que firmara, ó, amor,
Por quantos vales do terror-mor
Desbravar-lhes-ei sem nenhuma astúcia?...


05-12-2012
Lelo Mendes

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Amor, sublime amor...


Essência tenra da vivacidade
beleza suprema do consolidado
destreza pura em realidade
do sentimento, aqui, eternizado...

Da angústia da saudade infindável,
Pela dor da distância persistente,
Há a certeza do que é presente:
A graça da dádiva do que é inefável...

Ciente da virtude que não à esmo
Se destoa da proferida lítera, em si
Faz torpor pela bel-antologia, sedutor

Ante a alma que se esfacela em frenesi
Pelo viver não passional, eis o mesmo:
Da ontologia, ego sunt, em ti, o bel-amor...

22/11/2012

A mando...


Amando... 
A mando do coração,
da alma em tenra emoção,
repleta de tudo e de nada:
de tudo que é maravilhoso
e de nada que nos impeça 
de viver tão esplendoroso 
sentir... amar sem desavença.

E, a mando, que é bom,
do bom que é, amando
devendo seguir... seguindo
o que não se faz ordenando,
já que é por si que faz a alma
seguir o que sente, feito dom,
certeza do que é, pela calma,
perfeitos acordes, belo som...

26/11/2012

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Mais uma de saudade...

Ah, saudade.... 
Ó, distância que nos consome...
Faz-nos perecer aumentando a realidade desprovendo-nos um do outro...
Tristeza... Angústia que não tem fim! 
Angustia à alma e nos entrega à solidão que vem no crepúsculo de cada dia...
...E, como tão vil entardecer, as cores perdem sua beleza e o brilho escurece...
...É a vida que se encerra buscando um estilhaço de esperança... um caco qualquer caído ao chão...
...Ó, doce tristeza... ó, profunda melancolia...
...Ó distância tão infindável, por quê não te vais se quem mais quero não és tu, mas à amada que tanto me inspira cada palavra?
Saudade... Ah, saudade...
...Esta, que vem e que vai, mas que consome um quê de mim quando não está comigo, Amor.... e que, quando se esvai, deixa que tudo seja seu, anjo de mim, pois é seu o reino cujo enamorar rainha alguma ter poderia, senão, a única em existência: Você!


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Espasmos...


Amar, realmente, é para poucos...
As coisas boas, de fato, estão difíceis...
Deus nos coloca como dom o livre-arbítrio...e o que escolhemos? Somos tão inteligentes, tão superiores aos animais irracionais que optamos o pior... tudo que nos destrói, deturpa, desfoca e nos arranca a essência...
Era para ser uma declaração de amor... mais uma poesia, dessas cheias de saudade e esperança no reencontro.
.. mas tanta coisa ruim me fechou à primorosa inspiração... e acabei aqui, refletindo como precisamos acordar...
Cada um faz sua escolha...
Por favor, não me venham perguntar "por que deu errado?" ou "por que fui desmerecido?!" ... Eu, simplesmente, não tenho mais que pensar nisso... observem por si só, já que todos são capazes de escolher! [são capazes, portanto, de refletir...]
Tem vezes, muitas vezes, que cansa...
Enquanto se luta pela paz, pela amizade e amor, por aquilo que Deus quer, há quem prefira, inclusive, duvidar disso... Mas é claro! O que está destruído não precisa da observância, mas da mais pura equalização: "seja como nós: para quê mudar?!"
Sem mais, não quero aprofundar...
Paz e bem...
....e "boa sorte"[?] a todos...


Da angústia pela saudade


Inspiradora manhã nebulosa... 
Seus ventos frios ecoam gritos de saudade
Que arranham meus ossos e inebriam a alma
Levando-me à veemente loucura de quem ama...
A certeza da solidão não é maior que a de amar
O amor, essência da veracidade, que me consome,
Mas a consequência da saudade pela distância
Da amada minha, que ao longe está....
Ó, amiga angústia... o que seria de mim sem ti?
Seria mais um 
ser vazio, desses que vagueiam pelo mundo,
Desconhecedores do que é o fulgor Ágape nascido do Eros,
E que insistem, por medo ou experiências ruins, mascararem-se,
Já que não souberam superá-las...
Doce manhã nebulosa e inspiradora...
Olho para meu silencioso aposento...e me pego devaneando...
Onde está? Onde está? Amada minha, onde está?
Por que tão distante está se ao meu lado é seu lugar?
Onde está, que não me ouve?!
Ó, amarga saudade que me angustia... És minha tenra amiga...
Acompanha-me dia após dia e me fazes devagar pelos mundos,
Velejar por mares a fio...não sei, não sei onde vou parar...
Ó, encontro! Por que não vens?! Por que me pões a sofrer tanto assim?!
Por que? Por que?! Não sei, não sei...
Não sei de que me importa... mas sei que me importa querer...
E quero... e muito... e tanto! E o que mais angustia a alma, o que mais a dilacera faz querer aumentar ainda mais o sanar...
E a cura, o quão distante está, senão, na simplicidade do completo encontro de quem ama e da pessoa amada...
Na ternura da troca de olhar... o acalentar do abraço tão esperado... na certeza do beijo aquecido pelo amor, destruidor desta frieza que comigo está, acompanhando-me na lítera proclamada!
Ó, tristeza...vai-te daqui! Deixa-me com o Amor meu... não me pegues como cria tua, mas deixa o espaço que lhe pertence, pois o coração que já fora amargurado pela distância, pela solidão, pela angústia, agora está entregue exclusivamente ao dom de amar...
E amo... E tenho amado... e lhe quererei, pois quero, eternamente Amar...

01/08/2012 às 09:54h